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França: Desmantelada rede de tráfico de falsos documentos portugueses

21/03/2010

bando fabricava Bilhetes de Identidade e cartas de condução portuguesas

As autoridades francesas anunciaram ontem a conclusão de uma vasta operação na região de Nice, no sul da França, que conduziu ao desmantelamento de uma rede de tráfico de falsos documentos, na maioria cartas de condução e bilhetes de identidade portugueses, e à detenção de 23 indivíduos.
A mesma rede fabricava diversos documentos falsos que permitiam a usurpação de identidade, e a obtenção de créditos ao consumo e empréstimos financeiros, uma fraude estimada provisoriamente em cerca de 1,2 milhões de euros.
O cabecilha do bando, um cidadão português conhecido no meio como “le portugais” – o português – já foi apresentado ao tribunal de Grasse que decretou a sua prisão preventiva.
Durante as buscas, que ocorreram em diversas localidades, os investigadores e os militares do grupo de intervenção da Gendarmerie apreenderam prensas para selo branco e carimbos do Ministério da Justiça português mas também uma matriz utilizada para fabricar falsos documentos portugueses, italianos e espanhóis. Segundo a polícia, os falsários fabricavam cartas de condução e bilhetes de identidades dos modelos mais antigos e dos mais recentes utilizados em Portugal, como comprovam duas centenas de documentos já prontos para utilização e apreendidos nos últimos dias da operação.
Armas, computadores, impressoras, suportes em papel e plásticos, assim como dois veículos de alta cilindrada completam o lote das apreensões agora efectuadas.
Segundo o “Sirpa Gendarmerie”, o inquérito começou em finais de 2009 depois que a administração departamental dos Alpes-Maritimos alertou para a existência de cidadãos brasileiros que trocavam cartas de condução portuguesas por títulos franceses.
A operação, que teve recurso a cerca de 130 polícias e militares franceses, já tinha efectuado outras apreensões e detenções mas só agora foi possível chegar ao cabecilha do bando. O interrogatório do português confirmou a existência de fraudes em bando organizado e de uma rede de falsários com ramificações em outros países europeus, não estando excluída a existência de ligações operacionais em Portugal.
Em países limítrofes – Alemanha, Bélgica, Espanha e Suíça – circulam documentos que podem ter a mesma origem: na Bélgica, junto a um comércio luso-brasileiro, são vendidas cartas de condução, passaportes e bilhetes de identidade portugueses a preços que oscilam entre os 500 e os 2500 euros.

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